segunda-feira, 16 de julho de 2012

"As Aventuras de Paulo bruscky"

Istambul                                                                                       20/10/2074








Como vê ainda estou em Istambul, acho que gostei mesmo desse lugar, tenho até receio da hora de zarpar para outro destino. 

Eu não vou ficar aqui falando sobre as minhas crises existenciais e vou direto ao assunto, o filme do Gabriel mascaro sobre o Paulo Bruscky, mesmo sendo uma relíquia, já que foi produzido no início desse século, é muito interessante.



O filme é sobre a entrada do paulo Bruscky no "Second Life" e a descoberta de um ex-diretor de cinema (no caso o próprio Mascaro) que vive e trabalha fazendo filmes na rede virtual. Muito bom né?

Vou te passar o link do filme e também uma entrevista com o Gabriel mascaro pra você dar uma investigada no assunto. 


Entrevista

CEN – Como nasceu a idéia do projeto e a parceria diretor/artista? Foi em cima de um diálogo com Paulo Bruscky, ou foi depois da idéia inicial de usar o Second Life que você partiu em busca de um artista?
Eu já havia trabalhado com o artista Paulo Bruscky na videoarte “O Meu Cérebro Desenha Assim -2” e isso nos motivou a fazer algo juntos novamente. A idéia era ir além de um simples registro documental sobre Bruscky, para criar uma experiência visual de confronto com o suporte virtual do Second Life e o próprio universo artístico de Bruscky, incluindo a sua trajetória com os trabalhos ligado à “arte-correio” (Mail ART) e o Fluxus.
CEN – A sua proposta de expandir o uso deste programa/rede social para além da ferramenta de comunicação e entretenimento nos parece pioneira e muito válida para discutir uma série de assuntos contemporâneos. Em algum momento, dentro desta rede social, você encontrou iniciativas similares à sua e conseguiu travar um diálogo a respeito destas questões abordadas no curta?
O artista audiovisual Chris Marker, por exemplo, já vem tralhando e pesquisando dentro do Second Life.  Outra situação bastante comum é a criação dos vídeos de encomenda. O meu avatar no filme é inspirado em vários profissionais que trabalham fazendo registros e clipes de para fins pessoais, sob encomenda dos avatares que se casam, fazem festas e se amam na rede social.


CEN – O Paulo Bruscky foi um dos convidados do CineEsquemaNovo em 2006 e sua participação foi inesquecível em vários sentidos. O que mudou ou amplificou na sua relação com o artista e sua obra depois de fazer este curta?
Atualmente, o ateliê dele funciona há 300 metros da minha residência. É ótimo poder cruzar com ele na rua e no mercado para tomar uma cerveja, pois isso possibilita cada vez mais ter acesso a outra dimensão da vida pública do artista e desenvolver uma relação de afeto.
CEN – O ‘universo paralelo’ da internet é tão nonsense em termos de significado quanto muitas das obras do Bruscky? E quando descemos para os significantes, é possível traçar paralelos?
O que mais me encanta na obra de Paulo Bruscky é a sua pesquisa nominada como ‘projetos inviáveis’. Um destes projetos era colorir o céu com ajuda de químicos e físicos. Ele publicou no jornal e nunca apareceu um cientista disposto a executar tal plano. Ao cruzar os projetos do artista com o Second Life e própria mudança da cor do céu com apenas um click, podemos dar potencialidade à obra de Bruscky pelo próprio contraste de existir no plano da imaginação, da possibilidade materializar no plano das idéias e abstrações.  Significa brincar com o Second Life e redescobrir a partir do suporte algumas potências da vida que escapam, sem ser fetichista.
CEN – No que você está trabalhando neste momento?
Estou no desenvolvimento de um longa-metragem de ficção e mais alguns documentários, mas a idéia ainda está em fase inicial e vai durar alguns anos até que eu volte a procurar a maravilhosa janela do CineEsquemaNovo para exibir meus próximos trabalhos.





+ informações em: www.gabrielmascaro.com 


Direto de Istambul

Istambul                                                                                           04/08/2074




Eu não falei, cá estou eu direto de Istambul enviando-te notícias do Paulo Bruscky.


Pensando nisso agora eu percebi que essa via aqui é somente de mão única, ou seja, eu enviando curiosidades e você ai só de expectador.


Mesmo assim eu vou postar umas foto daqui por Veloztagram pra você ver como é a linda cidade que já se chamou Bizâncio e Constantinopla e que é a quinta maior cidade do mundo.






Essa é a perspectiva do café onde estou pesquisando sobre o Paulo Bruscky e falando nisso será que ele veio a essa cidade?


Acabei de encontrar no Artoogle que seus trabalhos foram exibidos no Brasil, Itália, Canadá, USA, Venezuela, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Portugal e Espanha... nada sobre Istambul.


Lembrei de três trabalhos específicos que queria muito dividir com você.


Vou postar as imagens e fico aguardando a sua resposta.










São três diferentes trabalhos que exemplificam bem os questionamentos do artista em diferentes fases da sua produção.


São trabalhos que abordam intervenções em roupas, trocadilhos entre imagens e palavras... um amigo me ligou agora convidando para assistir o filme que o Gabriel Mascaro fez sobre o Paulo Bruscky, vou conferir e depois te aviso como foi.


See a later!!!



Ei, isso é bacana!!!

Madrid                                                                                        22/07/2074


Ei, não aguentei ficar muito tempo sem contato.

Olha só, eu queria muito que você estivesse aqui em Madrid para podermos ir ver uma retrospectiva do Paulo Bruscky, a maior de toda a sua história. 

Os seus trabalhos vão ocupar grande parte do Museu Reina Sofia e isso vai ser bem interessante, depois a exposição vai circular pela europa toda. 






Colei três imagens de trabalhos e performances que serão apresentados e reproduzidas na retrospectiva do Reina. Eu adoro a performance Arte/Pare na 

Vem ver!!!

A situação na Europa está toda diferente com essa 4ª crise... as passagens caíram de preço e o custo tá bem melhor que ai no Brasil.

Sim, Bruscky tem uma  produção em Super 8, vídeo e rádio que fizeram parte de muitos eventos, inclusive aqueles que o próprio Bruscky organiza International Video Art I e Internacional Ra(u)dio Arte Show II, Recife, 1979. 

Também publicou livros e é um forte defensor de mostras de livros de artistas, que é regularmente convidado e que ele também cura. 

Entre outros, participaram Libres d'artiste / Artistas' Livros, do Centro de Documentação Atual D'Arte, Barcelona, 1980, e Bookworks 82, Fundação de Arte de hoje, Philadelphia, 1982. 
Eu não tenho lembrança desse momento, uma enorme pena, mas meus pais me levaram para a exposição de Barcelona em 1980 em umas férias de verão.





Recife, em 1981, organizou a Exposição Internacional de Poemas em Out-Door Visuais - ART-porta, um evento que contou com o apoio da Cidade do Recife, que consistiu na instalação de cento e oitenta cartazes por toda a cidade com projetos artistas de vinte e cinco países, incluindo a Christo e Regina Vater, entre outros. 


Eita, estão me chamando de novo! Agora eu vou passar uns dias na Turquia, parece que de tanto pesquisar Paulo Bruscky eu peguei a internacionalização dele. 


Vou rodar o mundo!


O próximo e-mail será direto de Istambul.

E-mail sobre Bruscky

Vila Real do Crato                                                                                    16/07/2074




Querido leitor,


Escrevo esse texto para falar de um artista que pode representar uma grande referência para a sua investigação pessoal.

O artista em questão se chama Paulo Bruscky, ele nasceu em Recife, PE no ano de 1949, ou seja, a 125 anos atrás.


Bruscky é uma artista multimídia, digo é pois continua vivo e provocativo nos trabalhos que produziu, e prioriza as pesquisas experimentais no seu trabalho.


Iniciou suas investigações em 1969 e já teve seus trabalhos expostos no Brasil e no exterior. 

Paulo Bruscky foi um pioneiro na aplicação artística de várias tecnologias, como gravação eletrônica, projeção de diapositivos, fac-símile, filme super-8, vídeo, xerox, off-set e mimeógrafo. Abaixo estão algumas imagens de trabalhos dele com Arte Postal que me interessam bastante e são referência para minha exposição "Álbuns de Intenção" de 2011.










Possivelmente, Bruscky foi o mais entusiasta promotor da mail art no Brasil. 
Foi também o pioneiro da videoarte fora do eixo Rio-São Paulo.

Artista, ativista e renomado arquivista, Bruscky trabalha com diversas mídias, que incluem desenhos, performances, happenings, copy art e fax-art, arte postal, intervenções urbanas, fotografia, filmes, poesia visual, experimentações sonoras e intervenções em jornais, entre outras experiências. 

Gosto muito da sua característica de sempre testar e estender os limites da prática artística, se mantendo consistentemente à margem do mercado, promovendo a circulação de arte fora dos circuitos institucionais e desenvolvendo trabalhos, em muitos casos, efêmeros. 

Esse jogo as avessas com o mercado de arte e o tema do efêmero na sua obra é outra questão que me atrai muito. 

Ele apresentou sua primeira exposição em 1970, na Galeria da Empetur de Recife, e a partir dessa data começou a trabalhar em colaboração com Daniel Santiago pelas próximas duas décadas. 

Seu trabalho desenvolve-se, em grande parte, no espaço público, onde propõe diversas ações, a maioria das quais com participação do público. 

Veja com atenção a imagem de uma performance dele que eu encontrei no WeTube. 
Certeza você vai gostar.



Em 1973, sempre muito articulado, Bruscky ingressa no Movimento Internacional de Arte Postal e, desde então, além de entrar em contacto com artistas internacionais do Fluxus, entre outros, participa de uma infinidade de exposições de arte postal em todo o mundo.

 Em 1974, no ano em que eu nascí, ele organiza o Movimento/Manifesto Nadaísmo e, em 1975, a Primeira Exposição Internacional de Arte Postal, em Recife, que teve muitas outras edições posteriores. 


Agora eu tenho que voltar pra minha pesquisa, afinal de contas quem disse que artista não trabalha?

Depois te envio mais notícias e informações sobre o Bruscky.


See you later!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Paik / Works



A seguir algumas imagens de Trabalhos do Paik apresentando a diversidade de linguagens e materiais experimentado pelo artista.


TV Cello, 1971 Instalação em parceria com a  começou a trabalhar com a violoncelista clássica Charlotte Moorman, para combinar videomúsicae performance. No trabalho TV Cello, a dupla empilhou televisores um sobre o outro, de modo a adquirir o formato de um violoncelo. Quando Moorman puxou seu arco sobre as cordas do violoncelo, imagens dela e de outros violoncelistas tocando apareceram nas telas.


Nam June Paik, Korean (1932-2006). Watching Buddha, 1979. Estátua de Buda em metal, plataforma de acrílico, Televisão vintage com inserção de TV moderna e câmera de vídeo.


                                                                            Nam June Paik, TV Bed, 1972/91



Nam June Paik, Zen for TV, 1963




Nam June Paik - Videofilm Concert (1965)

Paik aos Pedaços



Nam June Paik (Seul, 20 de julho de 1932 — Miami, 29 de janeiro de 2006) foi um artista sul-coreano. Trabalhou em diversos meios de arte, sendo frequentemente creditado pela descoberta e criação do meio conhecido como videoarte.




Enquanto estudava na Alemanha, Paik conheceu os compositores Karlheinz Stockhausen e John Cage, assim como os artistas conceituais Joseph Beuys e Wolf Vostell. Após conhecê-los, Paik se inspirou para trabalhar na arte eletrônica e começou a participar do movimento de arte neo-dadaísta conhecido por Fluxus, inspirado pelo compositor John Cage e pelo uso de sons e barulhos cotidianos em suas músicas.




+ informações na sequência...